Bullying nas Empresas: Saiba Combater esse Problema!

Bullying nas Empresas: Saiba Combater esse Problema!

O termo bullying, que traduzido do inglês significa intimidação, costuma ser muito associado ao ambiente escolar. Entretanto, nos últimos anos, esse problema passou a se alastrar até pelos escritórios das companhias. Todos os dias, centenas de funcionários são alvos de agressões verbais que se repetem de forma maliciosa e intencional.

Tanto nas escolas quanto nas empresas, as consequências do bullying são devastadoras, que vão desde a um quadro clínico de depressão até o suicídio das vítimas. O agressor, movido por motivos banais, raramente sofre as consequências de seus atos.

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos revelaram que 28% das pessoas já se sentiram vítimas de bullying nas empresas. Esse mal-estar fez com que quase um quinto dos entrevistados (19%) deixasse seus empregos.

É por isso que os gestores – especialmente os de recursos humanos – devem ficar atentos a esse problema, que tanto afeta o clima organizacional e o bem-estar do funcionário. Nos próximos trechos desse artigo você vai descobrir como o bullying se manifesta nas empresas, quais são suas consequências e o que o RH pode fazer para combatê-lo. Acompanhe!

Como o bullying se manifesta nas empresas

O estudo americano acima mencionado mostrou que o bullying se manifesta das seguintes maneiras dentro das empresas:

  • O funcionário sofre acusações por um erro que não cometeu (43% dos casos);
  • O funcionário tem comentários ignorados, desqualificados ou não reconhecidos (41%);
  • O funcionário é submetido a uma política diferente da praticada com os demais colegas (37%).

A essa lista, é possível acrescentar as ofensas, os apelidos ou qualquer outro tipo de violência verbal e física (em casos extremos).

Embora o bullying possa atingir qualquer profissional, as principais vítimas desse problema no ambiente corporativo são as pessoas com deficiência (44%), as mulheres (34%) e os LGBTs (30%), segundo a pesquisa.

Nessa análise, percebe-se ainda que o cargo pouco importa ao agressor. Profissionais de nível sênior e executivo (como gerentes, diretores e vice-presidentes) somam 27% daqueles que se disseram alvos de bullying.

Mas, afinal, o que motiva um colega a agredir ou perseguir o (s) outro (s) dentro do próprio ambiente de trabalho? E por que as pessoas não se intimidam na hora de ofender um companheiro de profissão?

Especialistas em RH e estudiosos do assunto apontam diversas razões para esse comportamento. Uma delas está relacionada à pressão por resultados, que torna o ambiente de trabalho mais suscetível às cobranças, ao estresse e, consequentemente, aos conflitos, que se não forem bem administrados, podem gerar ofensas e correções abusivas.

O bullying também pode ser explicado pela necessidade de impor poder e/ou autoridade, muito percebida em líderes despreparados ou por pessoas que almejam a liderança, mas não podem obtê-la.

Nessa análise, é preciso citar a cultura da empresa, que possui uma parcela de culpa nos casos de bullying. Companhias que não valorizam ou pouco se importam com a diversidade dão espaço para que agressores pratiquem atos ilícitos.

Já as contratações erradas ou mal conduzidas também dão margem para o surgimento de agressores. Por esses e outros motivos, resta ao RH a missão de liderar o combate ao problema, cujas consequências são variadas e, por vezes, desastrosas.

As consequências do bullying para os negócios

Embora os piores efeitos do bullying sejam sentidos pela pessoa ofendida, esse problema pode causar diversos prejuízos ao negócio.

Além da fuga de talentos, a empresa pode ter o seu clima organizacional seriamente afetado, afinal, se a companhia, através de sua liderança, não combate o bullying, ela abre espaço para tal prática e passa a ser considerada um péssimo local para se trabalhar.

Com o bem-estar afetado, todos os funcionários (agredidos ou não pelo bullying) perdem a motivação ou simplesmente passam a boicotar a empresa. Esta, por sua vez, vê sua produtividade cair em ritmo acelerado.

Como combater o bullying nas empresas

O RH possui um papel fundamental na prevenção e no combate ao bullying. Veja, a seguir, o que o gestor da área pode fazer dentro desse contexto:

Conscientizar os funcionários: embora seja um velho conhecido da sociedade, o bullying ainda é pouco discutido no ambiente corporativo, ou seja, ele ainda não é visto como um problema a ser combatido. Cabe ao RH introduzir esse diálogo e conscientizar os colaboradores das consequências desse mal, sem, no entanto, expor as vítimas;

Orientar, acompanhar e treinar os líderes: por mais que todo funcionário tenha que receber orientação sobre o problema, cabe à liderança evitar, combater e, principalmente, não praticar bullying com colegas ou subordinados. Os gestores precisam entender, de uma vez por todas, a importância de suas ações e o reflexo das mesmas nas equipes. Se eles praticam ou liberam as agressões, dão espaço para que o mal se alastre pela companhia;

Valorizar a diversidade: o RH deve criar políticas e práticas que valorizem e integrem as minorias, facilitando a convivência entre os grupos e, se necessário, a aceitação do que é visto como diferente pelo agressor;

Buscar a igualdade: além de promover a aceitação e a compreensão do outro, a empresa deve tratar as pessoas sem diferenciação. Isso não quer dizer que salários, benefícios, cargos, etc, devem ser equiparados. Aqui, o importante é tratar a todos com respeito, sem distinção de sexo, cor, posição hierárquica ou qualquer outro fator;

Agir com rigor, em casos extremos: quando não controlado, o bullying pode se prolongar e virar caso de assédio moral.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o assédio moral pode ser definido como o comportamento de alguém, para rebaixar uma ou mais pessoas, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes. As críticas, desqualificações ou informações falsas são repetitivas e isolam a vítima do contato com o grupo.

Cientes de seus direitos, centenas de trabalhadores ameaçados fazem os processos na Justiça se multiplicar a cada ano. E dependendo do caso, quem paga a conta é a empresa.

Mais uma vez, cabe ao RH, com a ajuda dos líderes, impedir a propagação desse problema e agir com rigor junto aos seus causadores.

Por fim, resta lembrar que o combate ao bullying começa já na fase de recrutamento e seleção. Uma contratação certa, feita com base nos valores da companhia, dificilmente vai levar um profissional antiético para a empresa.

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